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Clipping – Sim, eu aceito: nº de casamentos desaba, mas cerimônia online garante união

O isolamento social provocado pela pandemia de coronavírus fez o número de casamentos alcançar o menor patamar no país em pelo menos cinco anos —2015 foi quando o portal da Transparência da Arpen Brasil (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais) começou a divulgar os dados.

Em março, o país testemunhou 49.160 registros de casamento. Até então, o menor número de uniões tinha sido registrado em fevereiro de 2015, quando foram emitidas 53.783 certidões de casamento. Os dados estão disponíveis a partir de janeiro de 2015.

Você, noivo ou noiva do Brasil, terá de adiar a festa, mas não precisa adiar a celebração. Ao menos na parte civil, a a tecnologia vai dar uma forcinha para garantir que os casamentos sejam realizados em meio à pandemia da Covid-19.

O Conselho Nacional de Justiça autorizou que as cerimônias por videoconferência.

A regulamentação desses casamentos durante a pandemia —assim como de todos os serviços prestados por cartórios— seguem as diretrizes do provimento 95, de 1º de abril. “A norma prevê que atos registrais e notariais devem ser realizados, se possível, de forma eletrônica”, informou o CNJ a Universa, ressalvando que a medida não menciona especificamente os casamentos.

Desmarcando às pressas

O casal pernambucano Marcelo Siqueira de Araújo, 40, e Denise Coutinho Guimarães, 37, foi dos primeiros a experimentar essa experiência virtual no país, antes mesmo de muitos outros estados entrarem em isolamento social.

“A festa seria no salão do edifício de minha irmã, para aproximadamente 60 pessoas, no dia 18 de março. No entanto, no dia anterior, Recife já tinha o início das intervenções, e uma das medidas era impedir aglomeração de pessoas”, conta a recém-casada Denise.

Como as medidas permitiam reunião de até 50 pessoas, o casal primeiro correu para “desconvidar” os convidados do grupo de risco ou que precisariam viajar para a festa. “Mas não demorou muito para recebemos a notícia de que qualquer tipo de aglomeração estava proibida, e desmarcamos com os convidados e cancelamos os preparativos do jantar”, lembra.

O que ela ainda não imaginava é que nem mesmo o fórum poderia recebê-los para a cerimônia civil. “Às 16h [do dia 17 de março] soubemos que o fórum estaria fechado também. Então soubemos que juiz faria o casamento a distância -só que teria que ser dali a poucos minutos. Fomos com a roupa que vestíamos: sandálias e bermuda. Quando chegamos, o pessoal do cartório perguntou se aceitaríamos casar virtualmente, olhamos um para outro e dissemos ‘sim’”, conta.

Apesar da forma inesperada, a cerimônia marcou a felicidade do casal. “Mesmo a cerimônia sendo virtual, realizamos nosso desejo. E foi muito divertida essa situação, bem diferente”, diz Denise.

O jantar de casamento ocorreu, mas só com os pais e irmãos. “Cancelamos o que podíamos e ficamos com crédito para ser usado dentro de um ano. O que já estava pronto, pegamos, como foi o caso de bolo, doces e flores”, conta Denise. “Decoramos a sala da minha irmã e fizemos nossa comemoração com a família. Mesmo diante de toda a mudança, estávamos muito felizes e com as pessoas que amamos.”

Fonte: UOL

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